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TEORIAS QUE FUNDAMENTAM NOSSO TRABALHO
Abaixo temos um resumo das duas teorias que fundamentaram a minha pesquisa no mestrado em educação. A dissertação de mestrado foi publicada em um dos mais importantes periódicos científicos do Brasil, o Psicologia: Reflexão e Crítica do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Qualis A1, o que corresponde a mais alta qualificação de publicações científicas em nosso país. Tive o privilégio de escrever o artigo juntamente com minha orientadora de mestrado, para acessar o artigo completo clique no botão abaixo com o nome dos autores.
Os resultados de pesquisas empíricas, indicam que o engajamento dos alunos em tarefas de aprendizagem depende do apoio à sua natureza ativa, o que pode ser alcançado pela criação de contextos favoráveis, com o desenvolvimento e implementação de estratégias de ensino direcionadas a fortalecer suas percepções de competência, autonomia e pertencimento (Bzuneck & Guimarães, 2010; Ryan & Deci, 2000).
Nesse sentido o uso de recursos didáticos que envolvem o uso de atividades lúdicas como a robótica e o desenho são estratégias que motivam o envolvimento na atividade e facilitam o aprendizado dos alunos.
Bzuneck, J. A., & Guimarães, S. É. R (2010). A promoção da autonomia como estratégia motivacional. In E. Boruchovitch, J. A. Bzuneck, & S. É. R. Guimarães (Eds.), Motivação para aprender (pp. 13-70). Petrópolis, RJ: Vozes.
Ryan, R. M., & Deci, E. L. (2000). Self-Determination Theory and the facilitation of intrinsic motivation, social development, and well-being. The American Psychologist, 55, 68-78.
A teoria da Autodeterminação
A motivação humana é um constructo interno, complexo e multideterminado. Por isso, diversas teorias elaboradas nos últimos 40 anos, têm-se colocado diante do desafio de compreendê-la, explicá-la e propor estratégias para intervenção, visando aprimorá-la. A Teoria da Autodeterminação, iniciada nos anos 70s, configura-se como uma das principais abordagens desse tema, tendo embasado um grande número de pesquisas em diversas áreas de envolvimento humano: trabalho, saúde, religião, entre outras.
A principal premissa dessa teoria é que os seres humanos têm uma tendência inata para buscar desafios, aprender e dominar novas habilidades. Em outras palavras, são dotados de uma natureza ativa, voltados para alcançar a autoregulação de seus comportamentos e para obter bem-estar. Para que essa tendência inata se desenvolva de forma saudável, é necessário que determinadas necessidades psicológicas internas do ser humano sejam atendidas. Nesse sentido, o contexto sócioambiental tem um papel crucial para a satisfação dessas necessidades psicológicas internas, podendo nutrir ou prejudicar esses recursos internos. No âmbito acadêmico, significa que o estudante necessita interagir em um contexto propiciador de alternativas de interações que nutram suas necessidades psicológicas internas, pois, desse modo, haverá melhoria na qualidade de sua motivação, resultando em diferentes níveis de efetivo funcionamento e desenvolvimento (DECI; RYAN, 1985; RYAN; DECI, 2000).
O estudo empírico dos processos de motivação investiga grupos específicos dos fenômenos motivacionais. Resultando em quatro e mini teorias. Abordaremos apenas a teoria das necessidades básicas, a qual focaliza as necessidades psicológicas fundamentais, são elas: autonomia, competência e necessidade de pertencer. A autonomia é uma necessidade do indivíduo de sentir que um determinado comportamento emana dele mesmo, e não por forças com as quais ele não se identifica, assim este comportamento é sentido como tendo uma casualidade o interna e percebido como uma escolha (DECI; RYAN, 1985). A competência enfoca a necessidade de interações eficientes com o meio. Refletindo o desejo de exercer as capacidades inatas que o indivíduo possui, desta forma, ele busca e domina desafios ótimos, ou seja, desafios com os quais o aluno sinta que pode interagir de forma eficiente, resultando em maior interesse para desenvolver uma determinada tarefa. A necessidade de pertencer e de vínculo reflete o desejo de estar emocionalmente relacionado de forma agradável, desejável estável e duradoura com as outras pessoas, o estudante que se sente querido e bem relacionado com colegas e professores terá mais facilidade para a internalizar valores e regulações endossados pelos outros (REEVE; SICKNEUS, 1994).
REFERÊNCIAS
DECI, E. L.; RYAN, R. M. Intrinsic motivation and self-determination in human behavior. New York: Plennum Press, 1985.
REEVE, J.; SICKNEUS, B. Development and validation of a brief measure of three psychological needs underlying intrinsic motivation: the AFS scales. Educational & Psychological Measurement, Washington, v. 54, n. 2, p. 506-516, 1994.
RYAN, R. M.; DECI, E. L. Self-Determination Theory and the facilitation of intrinsic motivation, social development, and well-being. The American Psychologist, Washington, v. 55, n. 1, p. 68-78, jan. 2000.
O Construcionismo
O Construcionismo é uma teoria proposta por Seymour Papert, matemático e um dos pioneiros no campo da Inteligência Artificial. Reconhecido internacionalmente como o primeiro a pesquisar de que modo os computadores poderiam contribuir com o processo de aprendizado das crianças. Papert nasceu na África do Sul, e lutou contra o apartheid. Trabalhou com Piaget na Universidade de Genebra de 1958 a 1963, colaboração que o levou a considerar a Matemática como um meio de comprender como as crianças aprendem e pensam. Trabalhar juntamente com Piaget (1991), primeiro proponente do Construtivismo, foi de valor inestimável para Papert. Isso lhe possibilitou que fizesse a conexão de seus conhecimentos como matemático e pesquisador, com o estudo acerca da gênese da inteligência humana, tema da pesquisa de Piaget. Este último autor considerava a análise do desenvolvimento da inteligência das crianças como o melhor modo de compreender a origem da inteligência humana (PIAGET, 1991). Depois de trabalhar em Genebra com Piaget, Papert tornou-se professor de Matemática no Massachusetts Institute of Technology (MIT).
O Construcionismo começou a ser delineado há mais de 40 anos atrás, Papert relata que a observação do comportamento de um grupo de alunos, durante uma aula de Arte, levou-o a desejar que eles tivessem um comportamento semelhante nas aulas de Matemática. Isso porque, nas aulas de Arte, os estudantes se dedicavam a uma atividade em que esculpiam sabonetes, baseados em suas fantasias, engajando-se nisso durante várias semanas, persistindo em seus projetos. Havia tempo para pensar, sonhar e contemplar. Eles podiam experimentar, tentar novas ideias, desistir delas, ver e compartilhar os trabalhos com os colegas, analisar a reação do grupo a respeito de sua produção. Esse envolvimento parecia semelhante ao de um matemático ao se envolver com problemas de sua área, porém, de um modo completamente diferente daquele com que os estudantes abordavam a Matemática na escola, principalmente entre o sexto e o nono ano. Pois, nas aulas tradicionais de Matemática, frequentemente são propostos pequenos problemas, os quais os estudantes podem resolver suficientemente bem ou não (PAPERT; HAREL, 1991).
Na concepção de Papert (1994), o Construcionismo seria uma extensão do Construtivismo, pois os esquemas ou estruturas cognitivas seriam construídos de modo especialmente venturoso, quando apoiados em algo tangível, uma entidade pública escolhida pela pessoa, que poderia ser desde a construção de um kit de montar da Lego, um programa de computador ou mesmo um castelo de areia na praia. Dessa forma, o produto, resultado do processo, pode ser exibido e visto, externalizado, discutido, examinado, admirado e analisado. Papert acredita que esta é a principal característica do Construcionismo, por permitir examinar mais de perto a ideia da construção mental.
O autor confere especial importância aos apoios que poderiam externar o que ocorreu durante o processo de elaboração mental, fazendo com que o Construcionismo não seja uma concepção puramente mentalista, posto que ela reúne o trabalho intelectual do aluno e sua externalização por meio de diversos recursos disponíveis. Nesse contexto, a tecnologia proporcionada pelo computador tem um papel importante, em razão da sua grande flexibilidade para expressar os mais diversos tipos de elaboração mental, seja no plano tangível seja por meio de imagens. Papert e Harel (1991) explicam que o Construcionismo, de uma forma sucinta, poderia ser caracterizado como um modo de aprendizado que pede a construção de algo para que se possa compreender o seu funcionamento.
REFERÊNCIAS
PAPERT, Seymour. A máquina das crianças. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
PAPERT, S.; HAREL, I. Situating constructionism. In: HAREL, I.; PAPERT, S. (Ed.). "Constructionism". Norwood: Ablex Publishing Corporation, 1991. Disponível em: <http://www.papert.org/articles/SituatingConstructionism.html>. Acesso em: 5 maio 2008.
PIAGET, J. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Guanabara, 1991.